A vida é Daqui para a Frente: Não Ande de Costas - Suas Escolhas Podem te Libertar, mas Também te Prender
Quantas vezes você se pegou refém do passado, acreditando que ele define quem você é e para onde deve ir? Neste ensaio instigante, Flávio Sousa nos conduz por uma reflexão profunda sobre liberdade, escolhas e o poder transformador do presente. Com inspiração em Sartre e Kierkegaard, ele nos lembra que compreender o passado é necessário, mas viver verdadeiramente exige olhar para frente. Se sua vida tem sido um eco de velhas histórias, talvez seja hora de reescrever seu caminho. Descubra como suas decisões podem ser a chave para a sua libertação — ou para sua prisão.
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Por Flávio Sousa
8/15/20242 min ler
Imagine caminhar pela vida com o olhar fixo no passado, acreditando que só ali reside a chave para entender quem você é. Quantas vezes você já se viu revivendo momentos que, embora distantes, ainda ditam seus passos? Kierkegaard nos alerta: "A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para a frente." E, no entanto, quantos de nós, mesmo cientes disso, persistem em andar de costas, movendo-se para frente sem realmente encarar o futuro?
Certamente você conhece alguém que, ao invés de abraçar o que o presente lhe oferece, mantém-se preso às sombras do que já passou: cada decisão, um reflexo de mágoas antigas, cada passo, uma repetição de padrões que já não servem mais. E acredita sempre estar no controle, mas, na verdade, o passado é quem guia suas escolhas, enquanto se afasta cada vez mais de si mesmo.
Do mesmo modo, muitos de nós confundimos o entendimento do passado com a direção que deveríamos seguir. O passado pode ensinar, pode até justificar algumas de nossas posturas, mas jamais pode atuar por nós. A verdade é que, mesmo sob a influência dessas memórias, somos livres para escolher. E, ao escolhermos não agir, estamos, ainda assim, exercendo nossa liberdade.
Sartre nos provoca ao afirmar que estamos "condenados a ser livres." Essa liberdade traz consigo uma responsabilidade imensa: a de definir quem somos e o que faremos de nossas vidas. Compreender os padrões de pensamento e comportamento que nos prendem ao passado é o primeiro passo para quebrar essas correntes. Somente assim, poderemos descobrir nosso verdadeiro lugar no mundo — e mais importante ainda, em nossas próprias vidas.
Quando você se permite essa introspecção, algo mágico acontece. Você começa a entender que o poder de transformar sua realidade está, e sempre esteve, em suas mãos. Essa compreensão não é apenas libertadora; é uma necessidade vital. Porque, ao agir por si e para si, você não só vive, mas verdadeiramente existe.
Se a vida até aqui tem sido uma repetição cansativa do que já passou, talvez seja hora de encarar a realidade de frente. Não é sobre esquecer o passado, mas sobre usá-lo como uma bússola que aponta para o verdadeiro norte — o seu futuro. Permita-se viver plenamente, tomando decisões que refletem quem você é hoje, e não apenas quem você foi ontem.
O passado tem seu lugar: ele ensina, molda e oferece referências, mas jamais deve aprisionar. Há uma linha tênue entre aprender com as experiências e tornar-se refém delas. O verdadeiro desafio está em reconhecer quando a memória deixa de ser uma bússola e se torna um lastro. Olhar para frente não significa ignorar o que passou, mas compreender que a existência é movimento, e a liberdade se constrói no ato de escolher. Talvez seja o momento de reavaliar as direções, de escutar com mais atenção o que o presente pede e de permitir-se a coragem de seguir adiante. Afinal, a vida não acontece em retrospecto, mas na pulsação viva do agora.